Projecto Atual: 2024-2027
RLA 7/028 – Fortalecimento das capacidades regionais para a aplicação de técnicas nucleares e isotópicas para aumentar o conhecimento dos fatores de estresse que afetam o gerenciamento marinho e costeiro sustentável (ARCAL CLXXXIX).
Projectos Anteriores:
RLA 7/025 – Capacitação em gestão marinha e costeira através da aplicação de técnicas nucleares e isotópicas (2020-2023).
RLA 7/022 – Reforço do monitoramento e resposta regional para ambientes marinhos e costeiros sustentáveis. (2018-2019).
Instituições Participantes:
LARA-Universidade Federal Fluminense – Brasil
Áreas de Pesquisa:
- Acidificação Oceânica.
- Contaminantes Químicos.
- Flores de Algas Nocivas (HABs) e Biotoxinas Marinhas.
- Contaminação por Microplásticos.
O PROBLEMA
Brasil possui diversos desafios em ambientes marinho-costeiros que afetam seu desenvolvimento sustentável e que estão relacionados a atividades humanas, como o elevado crescimento da população costeira, pesca predatória, poluição química e microbiana, descarga abusiva de nutrientes, degradação de habitats, perda de biodiversidade e impactos das mudanças climáticas em larga escala. Estes estressores ambientais têm levado à acidificação oceânica (desequilíbrio causado pela redução dos níveis de PH dos oceanos a partir da absorção de CO2 da atmosfera), florações de algas nocivas e contaminações de metais pesados, derivados de petróleo, detritos plásticos etc. Dentre eles, os microplásticos vem se tornando uma grande preocupação brasileira, prejudicando a conservação e uso sustentável de nosso oceano, encostas e recursos marinhos.
Microplásticos são partículas de tamanhos menores que 5mm originados da fragmentação ou fabricação de materiais plásticos de uso industrial ou doméstico. Este material vem sendo usado massivamente pelas sociedades desde 1950, porém, sem um plano de gestão ou estratégia de descarte adequados. Uma das principais consequências dessa omissão é a contaminação dos oceanos por tais partículas, já que, neste ambiente, tornam-se um dos poluentes mais preocupantes, complexos e de difícil manejo em termos econômicos e socioambientais.
Uma vez no oceano, os microplásticos são incorporados aos diversos níveis da cadeia alimentar: plânctons, mariscos, peixes, répteis, aves praieiras, mamíferos, incluindo o próprio ser humano. Ademais, estes detritos atuam como vetores de metais pesados, toxinas e microrganismos prejudiciais à saúde dos seres vivos.
Neste contexto, o Brasil participa de uma rede latino-americana e caribenha sobre estressores ambientais, a Rede de Investigação Marino-Costeira (REMARCO), que identifica como prioritária a investigação dos impactos ecológicos, sociais e sanitários de diversas pressões negativas sobre o meio ambiente, dentre as quais, os detritos plásticos.
INFORMAÇÕES PARA AÇÃO
A REMARCO investiga e diagnostica os efeitos de danos marinho-costeiros com o propósito de gerar informação científica capaz de embasar políticas públicas que permitam, efetivamente, prevenir e reduzir os atuais níveis de acidificação oceânica, florações de algas tóxicas e contaminantes orgânicos e inorgânicos, o que está em acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, Organização das Nações Unidas): conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos.
Em particular, a região sudeste brasileira já apresenta índices alarmantes de cerca de 1500 detritos plásticos (microplásticos) por metro quadrado em suas praias. Fernando de Noronha, um paraíso marinho, por outro lado, chega a apresentar 60 partículas/m2. Florações de algas tóxicas, que produzem danos aos seres marinhos e ao homem são observadas em Búzios (RJ), Arraial do Cabo (RJ) e Florianópolis (SC), por exemplo. Os corais do Arquipélago de Abrolhos (BA) estão sendo destruídos por efeitos de acidificação oceânica. Assim, o Brasil necessita urgentemente de ações e políticas públicas para prevenir e reduzir danos aos seus ambientes marinho-costeiro.
Países Membros:
Roberto Meigikos dos Anjos. Físico PhD. em Física Nuclear.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Coordenador Nacional Brasil
Contato: rmeigikos@id.uff.br / +55 21 2629-5843
Coordenador da LARA. Físico Nuclear Experimental que aplica técnicas nucleares, isótopos estáveis e correlatos, em questões multidisciplinares de mudança ambiental.
Alberto Sila Cid. Físico. PhD. em Física das Radiações.
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) – Campus Valença, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: asilvacid@gmail.com
PhD em Física, Professor do CEFET/RJ. Ele trabalha com aplicações da Física das Radiações, tem experiência com técnicas analíticas nucleares e conduz pesquisas em Ensino de Física.
Thiago Corrêa Lacerda. Físico PhD. em Física Nuclear.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: thiago.lacerda@ifrj.edu.br
PhD em Física, professor no IFRJ e trabalha com Física das Radiações, Educação Científica e Educação Inclusiva..
Kita Chaves Damasio Macario. Física PhD. em Física Nuclear.
LAC, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Colaborador
Contato: kitamacario@id.uff.br / +55 21 2629-5772
Coordenadora do Laboratório de Radiocarbono (LAC), laboratório responsável pela preparação de amostras sólidas e líquidas, incluindo datação de radiocarbono por 14C-AMS.
Cibele Bruno Zambone. Física PhD. em Física Nuclear.
Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN) , São Paulo, SP.
Papel no Projeto: Responsável pela preparação de amostras sólidas e líquidas, incluindo análise EDXRF e NAA.
Contato: czamboni@ipen.br / +55 11 3133-9000
Físico Nuclear trabalhando na área de Aplicações de Radioisótopos em saúde e meio ambiente utilizando as técnicas de Análise de Ativação com Nutrons, Espectrometria Gama, Espectroscopia Beta e Gama e Fluorescência de Raios X. Supervisor do Laboratório de Espectroscopia e Espectrometria de Radiações do IPEN /CNEN-SP e Editor do site «Jovem Cientista».
Ricardo Coutinho. Biologist. PhD em Biologia.
Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), Arraial do Cabo, RJ.
Papel no Projeto: Colaborador
Contato: ricardo.coutinho@marinha.mil.br / +55 22 2622-9022
Coordenador Responsável pela coleta de amostras, análise dos parâmetros físico-químicos da água do mar, microalgas (HABs), acidificação oceânica e microplásticos.
Silvia Mattos Nascimento. Cientista Biólogo, PhD em Oceanografia.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ.
Papel no Projeto: Coordenador Responsável pela coleta de amostras, análise dos parâmetros físico-químicos da água do mar, microalgas (HABs), acidificação oceânica e microplásticos..
Contato: silvia.nascimento@unirio.br / +55 21 2244-5483
Ele se dedica à pesquisa na área de taxonomia, ecologia, fisiologia e toxicologia de microalgas marinhas, especialmente dinoflagelados bentônicos tóxicos. Ela tem experiência em cultura de microalgas e ensaios de laboratório. Curador da coleção de microalgas marinhas da UNIRIO.
Elvis Joacir De França. Engenheiro agrônomo, PhD em Ecologia Aplicada.
Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE/CNEN), Recife, PE.
Papel no Projeto: Responsável pela aplicação da técnica GRS.
Contato: ejfranca@cnen.gov.br / +55 81 3797-8045
Engenheiro Agrônomo com especialização em Gestão Ambiental que trabalha no monitoramento ambiental envolvendo elementos químicos e radionuclídeos nos ecossistemas.
Mariana Vezzone Tosta Rabello. Engenheiro Agrônomo e Ambiental, PhD em Geologia.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: mvezzone@id.uff.br
Desenvolve um projeto que visa melhorar a eficiência do uso da água e da fertilização nitrogenada associada às estratégias de adaptação e de mitigação da mudança climática na agricultura.
Renan Pereira Cardoso. Físico PhD. em Física Nuclear.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: renancardoso@id.uff.br
PhD. em Física Nuclear, hoje ele trabalha em projetos de movimentação de sedimentos, poluentes orgânicos e inorgânicos e cadeia alimentar marinha usando isótopos, infravermelho, fluorescência de raios X e espectrometria gama.
Marcelo Costa Muniz. Físico, PhD em Biologia Marinha.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: marcelocostamuniz@id.uff.br
Envolvido no estudo de isótopos estáveis com aplicação na área de avaliação de matéria orgânica de ambientes glaciais e na influência de derramamentos de petróleo na costa nordeste do Brasil.
João Paulo de Sá Felizardo. Biólogo, PhD em Biologia Marinha.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: joaofelizardo@id.uff.br
Doutorado em Biologia Marinha em Ambientes Costeiros. Desenvolve um projeto que avalia o impacto e a dispersão em ambientes marinhos dos resíduos de mineração resultantes do colapso de barragens no Fundão.
Carlos Villamil Echeverri. Biólogo Marinho, MSc. em Biologia Marinha.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: cvillamil@id.uff.br
Doutorando em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros. Desenvolve análise retrospectiva da acumulação de sedimentos, preservação e degradação da matéria orgânica em mangues no Brasil e na Colômbia em relação às mudanças globais.
Ruan das Flores de Azevedo. Biólogo e cientista, MSc. em ensino de ciências naturais.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: ruanfazevedo@gmail.com
Mestre em Ensino de Ciências da Natureza, professor da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Ele tem experiência em planejamento e desenvolvimento de estratégias de Educação Ambiental.
Lara Novis Lemos Machado. Historiador.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: laranovis@id.uff.br
Estudante de pós-graduação em Gerenciamento de Projetos Ambientais. Ela desenvolve pesquisas na área das ciências humanas com foco nas mudanças ambientais. Atualmente ela se dedica ao projeto de gestão sustentável de bacias hidrográficas utilizando a metodologia da prática participativa de inovação.
Rodrigo Sardinha Ltterbach Veiga. Physical.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: rveiga@id.uff.br
Mestrando em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros, desenvolve pesquisas científicas destinadas a avaliar a influência dos derramamentos de petróleo sobre os peixes da costa nordeste, ligando-se à saúde humana e aos danos socioeconômicos.
Arthur da Silva Merat Alves. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: arthurmerat@id.uff.br
Formado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pela Universidade Federal Fluminense. Estudante de iniciação científica na área de contaminação de metais em corpos d’água e sedimentos.
Bárbara Barrosos Issa Cardozo. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: barbaracardozo@id.uff.br
Graduação em Física (B.Sc.). Realiza iniciação científica na área de microplásticos em ambientes marinhos.
Larissa Dutra Chao. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: larissachao@id.uff.br
Formado em Física (B.Sc.). Ele está há dois anos em iniciação científica na área de física nuclear aplicada ao estudo do acúmulo de toxinas na cadeia trófica.
Pedro Henrique Cavalcante de Andrade. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Colaborador e Ponto Focal de Comunicação.
Contato: pedroandrade@id.uff.br
Graduação em Física (B.Sc.). Trabalha com a divulgação científica do trabalho realizado pela LARA.
Sônia Silva Gurgel do Amaral. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: soniaamaral@id.uff.br
Graduação em Física (B.Sc.). Ele está fazendo iniciação científica e está atualmente trabalhando na área de microplásticos em ambientes marinhos.
Thamires Alves Silva Bernardo. Estudante de Física.
Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA), Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Papel no Projeto: Collaborator.
Contato: thamiresbernardo@id.uff.br
Formado em Física (Bacharelado em Ciências Físicas) pela Universidade Federal Fluminense. Desenvolve um projeto de pesquisa científica na LARA relacionado à eficiência do uso da água relacionada às estratégias de adaptação e mitigação da mudança climática na agricultura.
Avanços e Desafios.
A fim de gerar capacidades e fortalecer as competências profissionais, a divulgação científica e o trabalho colaborativo entre os países membros da REMARCO, o Laboratório de Radioecologia e Alterações Ambientais (LARA) da Universidade Federal Fluminense (UFF) utiliza tecnologias nucleares, isotópicas e correlatas, a fim de amparar as pesquisas realizadas pela Rede latina de países. Dentre suas atividades de ensino e pesquisa científica, o LARA proporcionou o curso Amostragem e Análise de Microplásticos, em 2018. Além de capacitar técnicos e pesquisadores de 14 países da América Latina e Caribe, foi possível padronizar o procedimento de coleta de amostras de microplásticos e a aplicação da técnica de Espectroscopia de Infravermelho Médio (MIRS) na caracterização dos tipos e origens dos detritos microplásticos. Atualmente, o LARA é responsável pela análise de tais amostras, tornando-se um centro de excelência em pesquisas microplásticas na América Latina e Caribe.
Como resultado imediato deste investimento, o LARA está abastecendo a plataforma web (http://www.marearoja.cl/mp/mp/homepage.aspx) com importantes parâmetros físico-químicos dos detritos microplásticos, que atrelados a análises geoespaciais (GIS), facilitam a tomada de decisões socioambientais e possibilitam a divulgação dos avanços alcançados pelos países membros.
Estudos sobre impactos e efeitos da acidificação oceânica, florações de algas tóxicas e contaminações por agentes orgânicos e inorgânicos também estão em andamento no LARA, usando técnicas de isótopos estáveis, fluorescência de Raios-X e espectrometria da radiação alfa e gama. Estes são temas atuais, que requerem o uso de novas tecnologias e a capacitação de mais técnicos e pesquisadores, capazes de contribuir para a formulação de novas politicas públicas adequadas ao nosso país.